
O mau tempo deixou, este domingo, marcas diferentes nas diversas regiões do Norte. O distrito de Viana do Castelo foi o mais afectado, tendo a situação mais complicada ocorrido em Vilar de Mouros.
Dezenas de inundações em casas e pequenas derrocadas aconteceram, domingo, um pouco por todo o distrito de Viana do Castelo. A situação mais grave ocorreu em Vilar de Mouros, Caminha, onde a intempérie provocou a subida das águas dos rios, nomeadamente do Coura. Os campos de Vilar de Mouros, onde decorre o conhecido festival de música, ficaram alagados, com o largo do Casal e a Cavada intransitáveis. A madeira amontoou-se junto à ponte medieval, que esteve fechada ao trânsito durante várias horas, com o arco maior a ficar quase totalmente tapado. A igreja de Santo Amaro, em Vilar de Mouros ficou parcialmente submersa e várias pessoas tiveram de recorrer a canoas para chegar a casa.
Pelas 5 horas, os moradores da zona das Preces, Moledo, junto à antiga estrada nacional, viram-se obrigados a pedir ajuda a vizinhos e bombeiros, acordados pela água proveniente do monte que descia por todo o lado, inundando casas, garagens e galinheiros. A estrada esteve cortada durante uma hora, mas mais adiante, já em Vila Praia de Âncora, na baixa da Cruz Velha, o trânsito ficou interrompido até ao meio-dia. Também nesta vila, de madrugada, a rotunda da Baralha ficou inundada, devido à acumulação de lixo num aqueduto que atravessa a estrada para Vile, freguesia atingida pelas escorrências das águas e terra.
Em muitos casos, só de já manhã, quando as pessoas começaram a sair de casa ou na abertura dos comércios é que se deram conta das inundações, como sucedeu na Rua 5 de Outubro, via atingida pelo arrastamento de pedras e terra provenientes da obra iniciada na Rua da Vista Alegre, Caminha, antes da eleições autárquicas, mas cujos trabalhos não tiveram a continuidade esperada.
Também a freguesia de Argela, Caminha, sofreu com o mau tampo. A Junta não tinha mão a medir para atender aos pedidos de ajuda derivado às inundações dos baixos de casas, acessos alagados e aluimentos de muros e barrancos e de parte de um pontão no regueiro dos Currais. João Pires, secretário da Junta, lamentava ainda o estado em que se encontravam os regadios da aldeia, cobertos pelos aluviões de terra proveniente das obras do IC1-A28, cuja consolidação não se verificou.
João Violante, um dos moradores mais idosos de Vilar de Mouros, disse que há muitos anos que não via uma cheia assim Aconselhou que fosse removida rapidamente a lenha retida nos arcos da ponte românica, porque "a pressão que a corrente exerce pode ser um perigo" para a velha estrutura centenária. O mau tempo obrigou ao encerramento de quatro barras (Caminha, Vila Praia de Âncora, Póvoa de Varzim e S. Martinho do Porto). As de Aveiro e Figueira da Foz estão condicionadas.
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