A organização da "Camidoce" no Pavilhão Municipal de Vilarelho no último período carnavalesco, mereceu uma análise algo aprofundada na última reunião camarária, após a vereadora socialista Teresa Guerreiro ter aproveitado para realizar um "balanço" do Carnaval deste ano.
A edil lanhelense sugeriu mais animação de rua e diversificação de actividades, incluindo a realização de eventos (atendendo à presença de muita gente de fora do concelho neste período), a reactivação do Baile dos Bombeiros de Caminha e acções de diversão com o lar de idosos.
CARIZ "CARNAVALESCO"
Como resposta à intervenção da vereadora, Paulo Pereira, responsável pela área do turismo, apresentou como exemplo, precisamente, a organização da "Camidoce", um evento que "em certa medida, é uma resposta à srª vereadora" e que acabou por ter um "cariz carnavalesco" ao coincidir com o período festivo e que atraiu milhares de forasteiros a Caminha, recordando igualmente a confecção de um bolo gigante com a cara de um palhaço, adequado ao ambiente folião desta quadra. O vereador considerou ter sido "algo diferente" e que proporcionou muitas vendas aos que apostaram neste certame, estando convicto de que futuramente, "irá ganhar mais afluências de comerciantes locais", ao invés dos três únicos doceiros do concelho que marcaram presença na edição deste ano.
A presidente da Câmara também participou neste debate, opinando que Caminha possui uma tradição "expontânea" de Carnaval e elogiou a realização dos corsos carnavalescos escolares de Caminha e Vila Praia de Âncora, muito embora gostasse que estes decorressem no Domingo de Carnaval, o que se afigura difícil de concretizar.
A propósito do envolvimento dos lares de idosos, a autarca social-democrata frisou que o de Stª Rita, de Vila Praia de Âncora, integrou o corso da vila.
De modo a tornar a "Camidoce" num evento com carácter regular, Júlia Paula disse ser necessário o envolvimento dos comerciantes e da própria ACIVAC numa "congregação de vontades", porque acredita que ele "tem pernas para andar".
Justificou a escolha no pavilhão municipal por temerem a chuva, frisando ainda que nunca, no passado, tinha sido feito algo do género no Carnaval, o que representou uma diversidade no contexto das realizações carnavalescas tradicionalmente organizada na região.
Júlia Paula mostrou-se ainda esperançada no aumento de doceiros concelhios num próximo evento, embora considere importante a presença de outros de fora do concelho.
A presença de muitos espanhóis no evento foi deveras salientada, bem como o facto de terem ficado a conhecer o pavilhão.
AS RECEITAS ESQUECIDAS
Refira-se que a compilação de receitas antigas no campo da doçaria, por exemplo, deveria merecer um trabalho de pesquisa e recolha dos responsáveis camarários ligados ao turismo e museologia. São ainda recordados os bolos da antiga Docelândia, e, os mais entrados na idade, falam-nos dos papos de anjo (à base de ovos) confeccionados pelas "Victorinas", da família Baptista, residentes no Lugar da Rocha, em Vilarelho, ou as clarinhas feitas no Convento de Stª Clara, cujas receitas poderão estar irremediavelmente (?) perdidas.
in (http://www.caminha2000.com/)
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