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30/04/12

Vilar de Mouros ainda sem Festival


Vilar de Mouros
Nem Festival, nem discoteca ao ar livre




Como a Junta de Freguesia já prenunciava na reunião de Dezembro de 2011, ainda não será este ano que será reeditado o Festival de Vilar de Mouros.


Sónia Fernandes, presidente da autarquia vilarmourense, confirmou-o no decorrer da assembleia de freguesia (AF) do passado dia 24, em resposta a uma interpelação do delegado da CDU, João Arieira.
Reconheceu ser este "efectivamente o grande problema que nós temos", apesar de possuírem um projecto de realização do festival quando assumiram funções autárquicas em 2009.
Recorde-se que que em Junho de 2007, a empresa "Portoeventos" e a Junta de Freguesia foram forçadas "com profunda tristeza" a suspender o festival desse ano, apontando como causa o "incompreensível alheamento ou mesmo marginalização por parte da Câmara Municipal de Caminha", cuja relacionamento com os organizadores se começou a deteriorar já a partir de 2005, descambando no final daquele que foi o primeiro festival realizado em Portugal (1971).
Sónia Fernandes referiu ter existido "abertura" e promessa de apoio da Câmara de Caminha, tendo a junta de freguesia estabelecido contactos com empresas e chegado ao diálogo com algumas delas. Contudo, segundo revelou a autarca eleita pelo PSD e aliada com dois trânsfugas do PS (um, na Junta, como secretário mas que não compareceu a esta reunião, e outro 2º secretário da mesa da AF), surgiram alguns projectos para reatar o festival, mas dependentes em grande parte do financiamento que a câmara estivesse disposta a conceder.
A autarca vilarmourense admitiu que duas propostas eram "muito interessantes", mas não foi possível avançar ao longo destes quase três anos. Acrescentou que também surgiram propostas de "empresas muito novas", tendo existido receio em avançar com elas, devido à "falta de experiência", enquanto que outras seriam "pouco concretas", levando a câmara a "recuar".
Neste momento o processo de reerguer o festival está parado, admitiu a autarca.
Sónia Fernandes aludiria ainda ao "Energie Music" do ano passado - uma forma de disfarçar a ausência do festival -, mas cuja 2ª edição não se concretizará porque os organizadores pretendiam agora três dias (em vez de um único dia, como sucedeu em 2011), levando a autarquia a pedir compensação financeira por ser uma iniciativa "mais arrojada" e acabando por não darem resposta à proposta avançada pela autarquia vilarmourense. Segundo lhe pareceu ainda à autarca, os organizadores do "Energie Music" pretendiam substituir-se ao mítico Festival de Vilar de Mouros, mas isso não corresponderia àquilo que a junta auspiciaria para este evento.
Num misto de desilusão e impotência, Sónia Fernandes desabafou que "em princípio, não haverá nada em Vilar de Mouros".
Para 2013, ano de eleições autárquicas, a Câmara poderá tentar dar um ar da sua graça…dizemos nós.

Vitor Barrocas preocupado com ausência do Festival Contudo, na última Assembleia Municipal, o deputado municipal socialista Vitor Barrocas interpelou o executivo municipal sobre o Festival de Vilar de Mouros, começando por recordar uma entrevista concedida pela presidente da Junta de Freguesia há um ano atrás:
“O largo do Casal, mais conhecido como o recinto do festival de Vilar de Mouros, vai ser transformado num parque temático de música. O projeto é da Junta de Freguesia e da Câmara de Caminha. A presidente da Junta, Sónia Fernandes, explica que o objetivo é rentabilizar o local de forma a torná-lo utilizável durante todo o ano. A autarca de Vilar de Mouros admite que este parque temático poderá alavancar o regresso do festival a Vilar de Mouros” (se não estou em erro, foi orçamentada, para execução deste projeto, em 2010 a verba de 80.000€).
Dizia ainda a presidente nessa entrevista que esperava o regresso do festival já para 2012.
Entretanto, e já na assembleia de freguesia da passada terça-feira, a presidente da Junta anunciou que em 2012 não haverá, mais uma vez, festival de Vilar de Mouros pois, todas as propostas apresentadas pelas empresas interessadas, solicitavam apoio da Câmara Municipal (não sei se financeiro e/ou logístico, por não conhecer o teor das propostas). Referiu ainda que, por parte da Junta de freguesia, esta teria todo o interesse no relançamento do festival.
Agora pergunto eu: A Câmara municipal tem conhecimento das propostas? São financeiramente inviáveis ou é apenas uma opção de gestão?
Ainda que custe algum dinheiro ao município, as mais-valias em termos económicos e de promoção do concelho não justificarão o investimento?
Numa altura em que o comércio local atravessa tantas dificuldades e ainda com o desemprego que assola a população, não seria uma feliz forma de promover o desenvolvimento económico local?
Neste sentido, penso que este órgão, o concelho em geral e a população de Vilar de Mouros em particular merecem uma explicação. Penso ainda que é pena os munícipes, em especial os comerciantes ou seus representantes, não terem uma palavra a dizer quanto a este assunto".


Em resposta, Júlia Paula afirmou que "de há uns anos para cá" o Festival já não dava lucro aos comerciantes do concelho porque havia muitas caravanas e o público abastecia-se com comidas e bebidas no interior do recinto.
Mais adiante, a chefe do executivo considerou "confrangedor" que os deputados municipais admitam que ela deva aceitar propostas de empresas que têm como finalidade "ganhar dinheiro", mas não entendam que a câmara possa incluir "no caderno de encargos" a construção de um "parque temático" no local, incluindo "casas de banho" que aí permaneçam para sempre.
A autarca referiu que gastava entre 60 a 80.000€ na limpeza e instalação de casas de banho para cada evento, o que definiu como um verdadeiro "despesismo". Acrescentou que câmara e junta "estão a tentar encontrar um modelo" em que a empresa que vier a ser escolhida se sinta na obrigação de fazer intervenções no espaço, mas que perdurem.
Dessa forma, Júlia Paula crê que "aos poucos" começará a haver condições para a criação do referido parque temático "dedicado a Vilar de Mouros e à música".
(in Caminha 2000)

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